quarta-feira, 14 de março de 2007

telenovelas são caricatura do Brasil












Páginas da vida: uma pálida caricatura sem bossa do país










A novela escrita por Manoel Carlos é o protótipo de um Brasil inexistente. Claro, é uma novela e por si uma obra de ficção, mas criar uma novela que detenha o espectador pelo sentido de aproximar a trama vivida pelos personagens com o nosso cotidiano, é uma afronta nesses dias caóticos.

A novela amargou péssimos índices de audiência e foi sem dúvida uma obra "insossa". A única coisa que ficou de interessante ocorreu logo nos primeiros capítulos, quando um depoimento revelou o Brasil que todo mundo quer "maquiar": uma senhora revelou que só conhceu o orgasmo ao ser estimulada por uma canção do Rei Roberto Carlos.

Não precisa ser um sábio em polêmicas alimentadas pela TV, para saber que "choveram" reclamações à emissora sobre o depoimento. Óbvio que ali boa parte da população ficou estarrecida, afinal anos e mais anos de hipocrisia gerada por instituições como a própria Globo, agora retornavam como pedradas ao bom mocismo típico dela.




Páginas da Vida foi isso: um produto bem acabado com boa trilha com resgate para a bossa nova, e a qualidade que marca as produções da Globo, porém uma fria e mal sucedida tentativa de resgatar a imagem charmosa do Rio (ótima forma de promoção da imagem da cidade em tempos de Pan ou de guerra civil além dos Morros) o que não caiu bem, porque ao apresentar personagens de classe média - alta, sorridentes e pouco preocupados com o caos que da cidade e do país, notamos o próprio dilaceramento da representação de uma classe e de símbolos que não existem mais na sociedade nacional. A família protagonista, que tinha como figura principal o ator Tarcísio Meira, é uma caricatura grotesca de um símbolo extinto nos dias de hoje.




Páginas da Vida foi mais uma forma de esconder o Brasil que está aí todos os dias, seja nas favelas ou nas esquinas, nos podres poderes e nos planaltos. O brasileiro como disse certa vez Joãozinho Trinta não gosta de ver miséria, gosta de ver luxo. Mas nem sempre o brasileiro gosta de ver um país, que não é o seu "país real" tão mal caracterizado na "telinha", afinal se é para ver tramas exdrúxulas de baixa qualidade é só ligar a telinha na Globo e ver o BBB, outra "bênção" alienante do canal da família Marinho.

2 comentários:

disse...

Pobre gente...rsssssss
Deixa a velha, coitada! É a evolução...
Ela achou um jeito de não lavar cuecas e nem pegar doenças.

Agora, páginas da vida da europa então, pq no "brazil" da novela, tudo é lindo, belo e perfeito.
Eu gosto das novelas: Caramdirú, cidade de deus...

Zé Caverna disse...

Se deu Ogro