Como posso jogar esse jogo se não consigo aprender a ler as cartas? Como posso vencer se não sei atirar?
Como posso não chorar se aprendi a fugir de todos, sempre naufragando meus olhos?
Como posso, agora erguer minha voz e cantar que sei, e que sempre soube, que morrer cedo seria a melhor saída?
Como posso andar, sem coragem?
Ver as janelas do quarto aberta, essa luz fosca banhar teu corpo e não ter uma palavra para te possuir,
uma só que te faça feliz,
retribuindo todos esses sorrisos ingênuos que você me dá.
Como posso?
Prefiro então ficar
nesses momentos de paz, em meio a campos minados, a vítimas mudas que não sabem desenhar suas promessas e juras de amor.
Como poderei te encarar de novo, sóbrio mar de outrora, se minhas vestes esfarrapadas apenas mantêm seca a alma que fingi despir?
Essas regras no tabuleiro acomodam os fantasmas que persigo.
Essas falas decoradas versam mentiras que preciso vestir.
Como posso enlouquecer se me pedem urgência e sanidade nas capas de revista? E a TV tão bonita e colorida recorta finais de semana, poses, flashs e uma musa avant gardê, tão bela opiácea, que ocupa presa minha íris à soníferos de esquina.
O que posso fazer se não sei desarmar a resistência e encarar a presa fácil que sou.
Entregar cada idéia, que tímida, ficou desbotada, calada, censurada
Diga: o que podemos fazer amanhã?
terça-feira, 13 de março de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário