quinta-feira, 15 de março de 2007

Ópio


Tenho andado com a cara cerrada, olhos miúdos e expressão desenhada a cinza em gotas gauches sombrias. Não sou viúvo da lua, nem vejo na rua tudo quefaça encantamento, mas ando mesmo encabulado, cabisbaixo, sem graça, se bem notado até um pouco conformado. Nivelando por baixo, tô com uma febre que não arde, nem moléstia dá. Dá é um cansaço danado que força os olhos a quererem enxergarem algo acima do nada. Algo acima das coisas que são inatingíveis ou mesmo impossíveis como poder voar com um colante rubro ou então sapatear dando inveja à Gene Kelly ou Fred Astaire, seja lá o que for, a vida parece toda sem graça quando eu fico assim. Doe pacas! É uma dor tão complexa que não precisa ser analista, psicólogo ou qualquer persona com jaleco que atesta fácil: sou cobra criada em formato de cabra sem nexo, um final sem "happy end" em um monólogo de Bergman.
Quer saber: foda-se! Toda a palavra bem postada em um oceano branco é um convite à transgressão. Quero mais é me afogar nos perigos das linhas tortas que odeiam os conservadores.
A partir de hoje a loucura é por minha conta!
Sintam-se convidados!

Um comentário:

disse...

http://bardozeluis.blogspot.com/

Tive que criar um blog pra comentar aqui......entrei na onda....