Nos últimos dias não consigo fazer nada além de pensar. O difícil é conseguir pensar em algo. Eu tento definir alguma certeza, algo que decifre essa imensidão de sombras de...Incertezas, porém não consigo! Penso em desistir do que tanto ambicionei para mim. Mas, se pensar bem nunca ambicionei tanto o que eu queria. Seria tudo na minha vida uma ilusão?
Pois bem, some a essa indecisão de pensar ou não a respeito do que move meus ideias nos últimos anos, ao sentido de não ser eu uma pessoa completa. Peraí que eu explico!!! Eu não consigo me ver como uma pessoa com ideologias. Sei que o papo de ideologias parece coisa ultrapassada; coisa de alguém que ainda acha que o mundo ou é azul ou é vermelho (mas por essas bandas a vida não se divide assim?), contudo eu sempre achei que deveria adotar alguma ideologia para a minha existência. O fato de não haver mais ideologias sendo vendidas nos mercados é outra coisa que me assusta: que porra de mundo é esse tão alienado assim?
Fico mais tranqüilo quando dedico horas do meu tempo ao culto de autodestruição do inconsciente. Traduzindo: faço coisas para parar de pensar. O problema que pensar vicia. Já estou tendo crises de abstinência quando fico sem camiseta, lagarteando no sofá em uma tarde de sábado vendo o programa de Luciano Huck. Isso dói. Dói mais saber que poderia estar usando esse “tempo livre” para pensar.
Aí penso no que poderia fazer para minha vida ganhar novo ritmo, cor e até mesmo sabor. Quem sabe uma paixão desenfreada? Tudo bem, o problema é se dedicar a uma paixão nestes nossos dias de sexo realizado por avatares anabolizados do Second Life. O mundinho dentro de casa e dentro do casulo globalizado que é a Internet é mais cativante e agradável.
Por isso Baudrillard deve estar sorrindo em meio à putrefação: o simulacro é bem melhor do que essa merda de globo cheio de contas para pagar; relacionamentos complicados; fraquezas emocionais, violência nem um pouco glamourizada; e corpos que precisam ser customizados a todo o momento para conquistarem o ideal da perfeição vendido pela mídia.
Então penso. E na busca pela melhor saída nesse coletivo de reflexões, fico frustrado achando que ainda sou um adolescente preso a um corpo adulto. O passar incessante dos anos, talvez seja o principal motivo para o meu bloqueio nas escolhas e decisões que devem ser tomadas.
Não sei o que é se é a maturidade batendo a porta, o fim da inocência ou a certeza de que enfim, nada podemos fazer: somos humanos, cada um com suas fraquezas, tolices, medos e paranóias. Ridiculamente humanos exóticos e estranhos. Cada um na sua medida, todos, em algum momento da vida, passando por um sério momento de inquietação consigo mesmo. Um período vital para as próximas fases da vida, onde novas dores de cabeça aportarão sobre os pensamentos mais íntimos. O fato é que estou nessa grande encruzilhada e não tenho vontade de sentar e tocar num violão um blues do senhor Johnson.
sábado, 5 de maio de 2007
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Um comentário:
Sr Pimenta... adorei esse seu texto... é sua vida real...estava em busca de algo novo?..queria fugir ?...nesse meio tempo encontrates o que procurava em suas reflexões ?
Sou sua fã... Não somente porque te amo..mas porque dentro de vc existe um poeta incrivel... E o que esvreve me toca profundamente
Te amo poeta.
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