sábado, 26 de maio de 2007

Há vida inteligente no rock gaúcho

Há duas semanas atrás me deparei com artigo assinado pelo colega de jornalismo Lucas Rohãn, que comentava a lista dos 10 melhores discos do rock gaúcho, publicados na revista Aplauso (edição de maio). Não gosto de polêmicas e não vem ao acaso acalentar uma neste espaço, mas mesmo sendo um bípede sem afinação e com movimentos nada musicais, não me furtei em participar da discussão sobre o tal rock feito nos Pampas. O motivo da minha intromissão? É que gosto desse tal de rock n roll... há mais ou menos 17 anos, penso que já posso dar meus pitacos sobre algumas coisas.
Se a lista foi mal feita não cabe aqui a discussão. No meu ponto de vista ela representa muito o rock underground feito aqui. Primeiro por que quem lidera a lista é o clássico psicodélico de Júpiter Maçã (Flávio Basso nas horas vagas) Sétima Efervescência de 1996. Esse disco foi uma ruptura no rock nacional que na época ainda vivia sob a égide de “armações” como Mamonas Assassinas; Virgulóides e outros produtos da grande mídia. Maçã antenado com o que era feito lá fora “mixou” referências sixties e colocou doses diversas do melhor alucinógeno musical que já foi feito (leia-se Beatles fase 66 – 68 e Pink Floyd com Syd Barret), o resultado: qualquer bandinha brasileira de penteado moptop, terninhos e som mod bebe nas influências do cara até hoje.
Para mostrar que a lista não foi criada para agradar medalhões, nada consta de Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós, Papas da Língua etc, Bandas importantes sim, mas que com o acento pop e comercial, por vezes acabaram limitando o som destes prados, como algo fácil de ser rotulado. O que não é verdade! O rock gaúcho nasceu com a cara da diversidade identificada pela própria origem cultural do Rio Grande do Sul, um estado paralelo nesse território continental chamado Brasil.
Só no RS temos uma banda como a Liverpool que não devia nada a “bambas” como Os Mutantes. E o que dizer do De Falla que sempre esteve um pé à frente do que era feito naqueles idos de rock “mauricinho” do Capital Inicial? Isso sem falar que se existem bandas como Faichecleres, e Relespública, elas devem muito a grupos como TNT e Os Cascavelletes. Ou seja, a lista priorizou com seus votos o rock que não precisou de fórmulas pré-fabricadas para se estabelecer. Um estilo próprio de não seguir as convenções estabelecidas, algo que caracteriza nosso rock underground e o nosso espírito caudilho. Uma produção com qualidade que até hoje as rádios mainstream ainda não se tocaram que é vendável.
Posso perguntar para qualquer radialista de FM do interior o que ele saca de grupos gaúchos como Space Rave, Pata de Elefante, Identidade, Walverdes, etc, aposto que poucos saberão pronunciar o nome destas bandas. Por que? Porque estão presos em fórmulas da mídia comercial sustentada por “Jotas, Jabás e Ivetes da vida”, algo deprimente nestes dias de MP3 e comunicação via blogs, My Space e afins. Até porque há todo um movimento de arte e cultura rocker de qualidade conhecido nos subterrâneos digitais, porém com pouca divulgação nos meios tradicionais.
O que a Aplauso fez é de tirar o chapéu: levar às novas gerações as raízes de tudo e ainda mostrar que aqui nem de Gessinger e Thedy Corrêa se faz “iê iê iê”.
Para encerrar, recomendo aos neófitos em música Gauleses Irredutíveis, livro que foi lançado em 2000. No melhor estilo “Mate-me, por Favor!”, a obra gaúcha remonta os primórdios do rock sulista desde os idos da década de 50. Ali vimos que a Graforréia Xilarmônica (banda conceituada no rock independente) não foi “cria” do produtor Carlos Eduardo Miranda (Ídolos), ela nasceu mutante por si só em pleno 1988. Taí o registro!

Há duas semanas atrás me deparei com artigo assinado pelo colega de jornalismo Lucas Rohãn, que comentava a lista dos 10 melhores discos do rock gaúcho, publicados na revista Aplauso (edição de maio). Não gosto de polêmicas e não vem ao acaso acalentar uma neste espaço, mas mesmo sendo um bípede sem afinação e com movimentos nada musicais, não me furtei em participar da discussão sobre o tal rock feito nos Pampas. O motivo da minha intromissão? É que gosto desse tal de rock n roll... há mais ou menos 17 anos, penso que já posso dar meus pitacos sobre algumas coisas.
Se a lista foi mal feita não cabe aqui a discussão. No meu ponto de vista ela representa muito o rock underground feito aqui. Primeiro por que quem lidera a lista é o clássico psicodélico de Júpiter Maçã (Flávio Basso nas horas vagas) Sétima Efervescência de 1996. Esse disco foi uma ruptura no rock nacional que na época ainda vivia sob a égide de “armações” como Mamonas Assassinas; Virgulóides e outros produtos da grande mídia. Maçã antenado com o que era feito lá fora “mixou” referências sixties e colocou doses diversas do melhor alucinógeno musical que já foi feito (leia-se Beatles fase 66 – 68 e Pink Floyd com Syd Barret), o resultado: qualquer bandinha brasileira de penteado moptop, terninhos e som mod bebe nas influências do cara até hoje.
Para mostrar que a lista não foi criada para agradar medalhões, nada consta de Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós, Papas da Língua etc, Bandas importantes sim, mas que com o acento pop e comercial, por vezes acabaram limitando o som destes prados, como algo fácil de ser rotulado. O que não é verdade! O rock gaúcho nasceu com a cara da diversidade identificada pela própria origem cultural do Rio Grande do Sul, um estado paralelo nesse território continental chamado Brasil.
Só no RS temos uma banda como a Liverpool que não devia nada a “bambas” como Os Mutantes. E o que dizer do De Falla que sempre esteve um pé à frente do que era feito naqueles idos de rock “mauricinho” do Capital Inicial? Isso sem falar que se existem bandas como Faichecleres, e Relespública, elas devem muito a grupos como TNT e Os Cascavelletes. Ou seja, a lista priorizou com seus votos o rock que não precisou de fórmulas pré-fabricadas para se estabelecer. Um estilo próprio de não seguir as convenções estabelecidas, algo que caracteriza nosso rock underground e o nosso espírito caudilho. Uma produção com qualidade que até hoje as rádios mainstream ainda não se tocaram que é vendável.
Posso perguntar para qualquer radialista de FM do interior o que ele saca de grupos gaúchos como Space Rave, Pata de Elefante, Identidade, Walverdes, etc, aposto que poucos saberão pronunciar o nome destas bandas. Por que? Porque estão presos em fórmulas da mídia comercial sustentada por “Jotas, Jabás e Ivetes da vida”, algo deprimente nestes dias de MP3 e comunicação via blogs, My Space e afins. Até porque há todo um movimento de arte e cultura rocker de qualidade conhecido nos subterrâneos digitais, porém com pouca divulgação nos meios tradicionais.
O que a Aplauso fez é de tirar o chapéu: levar às novas gerações as raízes de tudo e ainda mostrar que aqui nem de Gessinger e Thedy Corrêa se faz “iê iê iê”.
Para encerrar, recomendo aos neófitos em música Gauleses Irredutíveis, livro que foi lançado em 2000. No melhor estilo “Mate-me, por Favor!”, a obra gaúcha remonta os primórdios do rock sulista desde os idos da década de 50. Ali vimos que a Graforréia Xilarmônica (banda conceituada no rock independente) não foi “cria” do produtor Carlos Eduardo Miranda (Ídolos), ela nasceu mutante por si só em pleno 1988. Taí o registro!

Nenhum comentário: